Meu Deus!!! Há quanto tempo não passo por aqui. Acho que esqueci um pouco de como escrever, de como contar as coisas que se passam ao meu redor.
Pensamento aleatório. Já reparou que mesmo os ateus dizem "meu deus..." ou "nossa senhora"... ou ainda "vai pro inferno!!!" ?
Isso por vezes me confunde.
Cheguei a conclusão de que virou vício de lingüagem (sim, com trema! Graças à tia Dilma só sou obrigado a não usá-lo em 2017, ano em que os teclados não terão mais os simpático e sonoros pontinhos); apesar de que isso deve tornar a coisa de não acreditar em nada meio antagônica. É quase como jogar no gol, fazer uma defesa linda e sair gritando TAFAREEEEEEEEEL!!! Mesmo que nunca tenha visto o Taffarel jogar. É... estou ficando velho.
Mas enfim, o tema não era o Taffarel, nem o ateu e nem mesmo o trema.
É sobre o TEMPO. Esse sim, passa sempre do mesmo jeito, no mesmo fluxo, seja para mim, você, para a Cleópatra e para o homem de neandertal. Se bem que ainda existem alguns espécimes entre nós.
Geralmente acontece o seguinte: estamos de passagem em algum lugar, ou simplesmente esbarramos em alguém, que não víamos há anos; e o que acontece?
- Há quanto tempo!!!
- Verdade, rapaz. O que você tem feito da vida? (nota da tradução: não sei mais porra nenhuma sobre você!)
No meio do diálogo temos variações que variam (?) conforme o grau de intimidade dos indivíduos. Palavras que soariam rudes em outro contexto podem ser utilizadas como método de socialização.
SEXO MASCULINO + SEXO MASCULINO: seu puto; baitola; macho; vagabundo; abraços pra quem for da família (leia em voz alta); elogios à irmã, mãe, ex-namorada, prima; e piadas sobre a situação atual do time do outro no último campeonato.
SEXO FEMININO + SEXO FEMININO: bem, no sexo feminino temos exatamente o contrário. A cada elogio feito esconde-se um veneno de jararaca que só de escorrer no canto da boca já dá sapinho!!!
MISTURA DE SEXOS: aí será sempre a mesma coisa, o homem busca galantear a mulher, ainda que apenas por esporte (sim, meninas, isso já aconteceu com vocês), ou então tenta uma aproximação como amigo; já pensando em como transformar a pobre menina numa Bolsa Família de amigas carentes e bonitas...
No final, é clichê, mas todos nós fazemos. "Vamos marcar de nos ver qualquer dia com mais calma". Ou então, "Veja se passa lá em casa qualquer hora". Mentimos.
Há um ditado inglês que diz, "Qualquer dia desses, é dia nenhum". Se quiséssemos realmente ver a pessoa de novo, já marcaríamos hora e lugar. Ou daríamos nosso endereço; claro, afinal a pessoa não vai colocar teu nome no Google e encontrar tua casa (será?!).
A não ser por uma intenção. O homem que galanteia a mulher. O galanteador! Esse sim, se fala de se encontrar, é pra valer! Por isso mesmo que, depois daquele meio de conversa previsível, ele semi-termina o papo com "... me passa seu telefone, eu te ligo pra combinar". Pelo menos é honesto.
Para resumir o que digo, gostaria de citar um grande filósofo da era moderna:
"É tarde. É tarde. Tão tarde até que arde. Ai ai, meu Deus. Alô. Adeus. É tarde. É tarde. É tarde!"
Coelho Branco
O tempo passou até pra quem era anterior a ele. Viva Dercy. Viva Hebe Camargo. No final, quando não estivermos mais por aqui, peço ao criador: apague a luz devagar, senhor Silvio Santos!!!
